Investir num supermercado ou minimercado em Portugal pode ser uma opção interessante para quem procura abrir um negócio próprio no setor de retalho alimentar, que se tem mantido em crescimento, mesmo em tempos de crise. Veja qual o investimento necessário para abrir o seu próprio supermercado!
Por que razão o setor do retalho alimentar pode ser uma opção interessante para investidores?
Depois do pandemia causada pelo vírus Covid-19, a economia portuguesa tem vindo a restabelecer-se e a procura por produtos alimentares e de primeira necessidade tem vindo crescer.
Mesmo com as taxas de inflação elevadas em todo o mundo, o setor do retalho alimentar tem-se mostrado rentável e promissor no país, como é o caso das lojas Pingo Doce, pertencente ao Grupo Jerónimo Martins, cujas receitas têm vindo a crescer, assim como o Continente, o Lidl ou o Mercadona, que se encontram em grande expansão pelo país.
Além disso, existem também diversas opções de franchisings de supermercados e minimercados em Portugal, que os clientes podem dirigir-se e que, enquanto empreendedor, lhe podem facilitar o processo de investimento e de gestão do negócio.
Assim, com um público consumidor fiel e disposto a gastar mais em produtos de qualidade, investir num supermercado ou minimercado pode ser uma oportunidade de negócio lucrativa em Portugal. Pretende abrir o seu próprio negócio, mas não sabe onde deve investir?
Se não sabe qual o investimento necessário para abrir um supermercado, não precisa de pesquisar mais: conheça os principais custos!
Registo da empresa
Para abrir uma empresa, deve considerar os custos relacionados com a abertura da empresa, que poderão variar de acordo com o tipo de empresa e respetiva forma jurídica.
O valor standard tablado para abrir atividade no Balcão Empresa na Hora é de 360€, embora possa ter custos adicionais de:
- 200€ caso exista uma marca associada com uma classe de produtos ou serviços;
- 44€ se pretender adicionar mais uma classe, cada uma destas tem este valor adicional;
- 50€ por cada imóvel, quota ou participação social;
- 30€ por cada bem móvel;
- 20€ por cada ciclomotor, motociclo, triciclo ou quadriciclo com cilindrada até 50 cm3, até ao valor máximo estabelecido de 30.000€.
Não se esqueça ainda de avaliar os custos com impostos como o IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), IRC (Imposto de Rendimento sobre Pessoas Coletivas), IRS (Imposto de Rendimento sobre Pessoas Singulares), TSU (Taxa Social Única), IS (Imposto de Selo), IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) e ISV (Imposto sobre Veículos);
Licenças necessárias
Através do Licenciamento Zero, a abertura de um supermercado ou minimercado pode ser feita sem necessidade de vistoria ou de emissão de alvará prévios, o que lhe facilita bastante a vida.
Apesar disso, os empreendedores necessitam de declarar o comprometimento com a legislação em vigor e assumir responsabilidade perante o cumprimento de todos os requisitos legais e de funcionamento da atividade que constam na Portaria nº 789/2007 de 23 de julho (junto da Câmara Municipal).
É importante referir que este regime simplificado só se aplica quando não há necessidade de obras e quando o local tem licença válida de utilização para comércio.
Veja como aceder ao Licenciamento Zero e aguarde pelas taxas a pagar e as respetivas formas de pagamento, via email;
Equipamento básico e específico
Para montar e manter o espaço organizado, é necessário investir num balcão, expositores e prateleiras para colocar os produtos em exposição.
Por outro lado, sendo um negócio de venda de bens alimentares, deve também garantir que dispõe de balanças, cestos de compras, etiquetadoras, máquinas de cortar alimentos, embaladoras e outros equipamentos específicos para ajudar a armazenar e vender alimentos com segurança e eficiência.
Os custos destes materiais dependerão da quantidade e da respetiva especificidade;
Espaço físico
A localização do espaço do seu supermercado é um fator extremamente relevante a ter em consideração, uma vez que pode influenciar diretamente o número de clientes que atrai e, consequentemente, o sucesso do seu negócio.
Para isso, deve considerar:
1. Acessibilidade: certifique-se que o supermercado está localizado numa área de fácil acesso para pedestres e veículos, e que dispõe tem estacionamento disponível nas proximidades;
2. Concorrência: verifique a concorrência na região e analise se é possível competir com os supermercados já existentes na região;
3. Público-alvo: analise as características do bairro, como a idade, género e rendimento médio da população;
4. Localização: escolha uma área com grande visibilidade e de fácil acesso.
Assim, deve ainda considerar considerar os custos relacionados com essa localização, que poderão ser a renda do espaço ou o seu valor de aquisição (caso opte por comprar), assim como os custos de manutenção do mesmo. De forma generalista, quanto maior for o espaço, mais elevado será o investimento inicial e a longo prazo;
Diferentes tipos de colaboradores
Para o bom funcionamento do supermercado, necessita de contratar colaboradores para diferentes tarefas:
1. Caixa: responsável por registar as compras dos clientes e receber o pagamento de forma eficiente e simpática;
2. Reposição: responsável por manter as prateleiras abastecidas e organizadas, garantindo que os clientes encontrem o que precisam com facilidade;
3. Logística: responsável pelo recebimento, conferência, armazenamento e controlo das mercadorias no armazém do supermercado;
4. Atendimento: responsável por oferecer um atendimento personalizado aos clientes, preparar e embalar os produtos;
5. Segurança: responsável por garantir a segurança na loja, prevenir roubos e perdas, assim como monitorizar o fluxo de clientes e colaboradores.
Esses são apenas alguns exemplos de funções que o supermercado pode precisar, mas a escolha dependerá sempre das necessidades específicas de cada estabelecimento. É importante selecionar colaboradores que tenham habilidades técnicas, comportamentais e de relacionamento interpessoal, de maneira a oferecer uma experiência positiva aos clientes e garantir uma equipe de trabalho eficiente.
Deve os custos associados a cada trabalhador, que incluem não só o seu ordenado mensal, como subsídios de férias e natal, subsídio de alimentação, segurança social, seguro para acidentes de trabalho e formação;
Equipamento de POS
Um supermercado não consegue funcionar corretamente sem a ajuda de diferentes equipamentos e tecnologias que contribuem para a sua operação e venda eficiente de produtos. Alguns exemplos desses equipamentos incluem:
1. Caixas registadoras: São essenciais para registar as vendas e processar os pagamentos de clientes;
2. Sistema de gestão de stock: Ajuda a controlar o inventário de produtos disponíveis no supermercado, garantindo que não faltam produtos ou produtos fora de validade, a estragarem-se;
3. Leitores de código de barras: São utilizados na maioria dos produtos para agilizar o processo de venda nas caixas, tornando o processo mais eficiente e preciso;
4. Sistemas de segurança: Câmeras de segurança, sistemas de alarme, etiquetas de segurança e outros equipamentos são utilizados para prevenir roubos e garantir a segurança do estabelecimento.
5. Equipamentos para armazenamento e refrigeração: Refrigeradores, freezers, prateleiras e outros equipamentos de armazenamento, essenciais para manter os produtos frescos e em boas condições de venda.
Além destes equipamentos, os supermercados também dependem de outro tipo de tecnologias, como sistemas de rastreabilidade de produtos ou outras ferramentas que permitem manter a operação a funcionar de forma eficiente;
Software de faturação, gestão e contabilidade certificado
Num negócio deste tipo, existem constantes entradas e saídas de stock, compras, vendas, devoluções e outro tipo de transações, que necessitam de ser faturadas, geridas e contabilizadas, de forma certificada e legal.
Por isso, é fundamental que o seu supermercado ou minimercado possua um sistema de gestão e faturação, que permita acompanhar de forma precisa e ágil todas as movimentações realizadas, controlando o stock de forma eficiente, evitando desperdícios produtos e facilitando a reposição.
O Vendus é um sistema de faturação certificado, que lhe permite registar e gerir todas as vendas, compras e stock do negócio, de forma integrada, rápida e sem necessidade de instalação. É compatível com impressoras de talões e impressoras A4 e permite-lhe ainda aceder a informações e relatórios importantes sobre o desempenho do negócio, como quantidade de vendas realizadas, ticket médio ou margem de lucro.
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Custos de franchising
Se optar por abrir um supermercado ou minimercado em regime de franchising, não se esqueça ainda de considerar os custos associados a esse regime, como as taxas de franchising, royalties mensais e outras despesas associadas ao franching.
Assim, certifique-se de analisar todas essas despesas antes de abrir um negócio de franchising, garantindo que poderá ter um negócio financeiramente viável;
Despesas com água, eletricidade ou limpeza
Não se esqueça de considerar ainda os custos em água e eletricidade, uma vez que abrir e manter um supermercado consome uma grande quantidade de recursos.
Para isso, aconselhamos investir em tecnologias e equipamentos eficientes, como lâmpadas LED para a iluminação e equipamentos mais modernos e sustentáveis.
Também é importante investir em programas de reciclagem e de gestão de resíduos que, além de serem "amigos do ambiente", também lhe poupam alguns recursos;
Marketing e comunicação
Ao iniciar um novo negócio, é importante lembrar que muitos dos potenciais clientes podem não conhecer o seu negócio. Assim sendo, é essencial investir em ações de divulgação e marketing, que representarão custos adicionais, mas que são fundamentais para o sucesso do seu negócio.
Algumas destas estratégias de divulgação podem incluir o investimento no desenvolvimento de um website, presença nas redes sociais, Publicidade online, comunicados de imprensa, jornais e revistas ou em campanhas promocionais.
No final das contas, abrir um supermercado ou minimercado pode ser uma excelente oportunidade de investimento. No entanto, é importante avaliar cuidadosamente todos os custos inerentes à atividade, desde o início do projeto, assim como fazer um estimativa de rentabilidade financeira em diferentes cenários (realista, pessimista e otimista), de forma a determinar se possui capacidade financeira para empreender de forma autónoma ou se precisará de recorrer a diferentes fontes de financiamento, por parte de instituições financeiras, por exemplo.